Em 2015, a PwC anunciava que a economia de partilha era uma das mega tendências na sociedade actual. E na verdade, de 2013 para 2015 o valor das transacções efectuadas através da economia de partilha aumentava, no Reino Unido, em 92%, de 2.1bn para 7.4bn de libras.
Quando “aquilo que é meu pode ser teu por um determinado preço, o capitalismo encontra-se com o socialismo”, como resumem Alice Chung, Hillary LeBeau, and Lu Wang, no Meridian 180 forum “Sharing Economy” , ainda em finais de 2014.
Christopher Kelty, professor na Universidade da Califórnia, acredita que a economia de partilha sempre existiu e exemplifica com a cultura da troca de presentes, a cultura do remix ou a peer production, tão em voga no início dos anos 90. E se quisermos ir mais longe, desde sempre se arrendaram quartos. No entanto, o aparecimento da internet e das plataformas digitais vieram incrementar e sofisticar este tipo de economia.
Uma das questões que as autoras acima mencionadas levantam e que me interessa para o ponto onde quero chegar, é a da confiança. Toda a partilha exige confiança, sobretudo num mercado onde ainda existirão lacunas no que diz respeito à regulação. E a confiança é inimiga da possessão, do sentido de posse a que estamos habituados. Curiosamente, os mais jovens tendem a não desejar o peso da posse. Ter um carro, uma casa, um quarto de hotel? para quê, se só preciso desses bens por momentos e se para além disso, o dinheiro não abunda? Por isso habituaram-se a viver com desprendimento das‘coisas’ e a partilhar.
Tenho estado a referir-me a bens e serviços, mas também a partilha de conhecimento coloca a questão da confiança que no mundo das empresas tem um link directo para a colaboração. Porém, há ainda muitas pessoas que confundem conhecimento com informação e para quem a partilha pode desvendar medos ligados à perda de protagonismo e de poder: o velho cliché “se alguém fica a saber o que eu sei, ou mais ainda, vou perder o meu lugar”.
Sim, isto ainda é verdade na era da partilha e está tão enraizado na nossa cultura que, mesmo numa plataforma como o facebook que tem um botão de partilha, quando o fazem as pessoas dizem “roubei”. Como sabemos, hoje a informação propaga-se à velocidade de um vírus e por isso pensarmos que a podemos esconder ou que a ‘roubámos’ (mesmo que a brincar), é ingénuo.
Já o conhecimento, exige o tratamento de maior ou menor quantidade de dados de informação e a conexão entre eles. Partilhar conhecimento dentro e fora das organizações, torna-as mais fortes. Já imaginou uma equipa em que só uma pessoa detém o conhecimento? Partilhe ou deixe-se ‘roubar’, mas desapegue-se
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