A Economia está a crescer. Está numa situação positiva, que tem sido causada sobretudo pela boa conjuntura internacional. Tivemos, ao mesmo tempo, todos os blocos do mundo a crescer, o que é raro.
Factores de aceleramento:
Tem também sido acelerada por factores pontuais como o aumento do turismo, beneficiado pela perda de concorrência do norte de África. Houve ainda uma série de fenómenos inesperados como a vitória no futebol ou no festival da Eurovisão que colocaram Portugal sob os holofotes internacionais. Ganhamos também com o fenómeno tecnológico associado ao turismo.
Há, portanto, certas coisas a correr bem mas continuamos a ter problemas que já cá estavam. São os que geraram a crise anterior e que não foram resolvidos.
A perda de capital:
A principal dificuldade é a falta de capital. Não há poupança (veja a entrevista a Pedro Mota Soares sobre a promoção da poupança) nem investimento e estamos a vender o capital que temos ao estrangeiro em grandes quantidades, em privatizações, na venda de terrenos, etc. A falta de capital é decisiva para a transformação.
Há depois outras questões tradicionais: o país em decadência demográfica ou a falta de portabilidade. Neste momento não se nota porque a economia está a crescer, mas a situação é assustadora a médio/longo prazo.
Pode ser, portanto, gerada uma nova crise, por via, por exemplo, do problema das contas públicas, da banca, do endividamento das famílias e das empresas – continuam todos em níveis muito elevados quando comparados com valores internacionais. Veja-se por exemplo o estado atual do mercado imobiliário…