Um populismo ‘equilibrado’:

Há uma atitude política um pouco populista, em Portugal e na Europa em geral. Aliás, se há coisa estranha é o facto de o nosso populismo não ser mais dramático, porque somos dos países com mais solidez na nossa estrutura política. Os nossos resultados são semelhantes aos que sempre foram e os nossos ‘extremistas’ são relativamente sensatos e equilibrados. Se formos para Espanha, Itália ou França as coisas são muito piores.

Porque não temos um crescimento sólido:

Apesar disso, estão com um discurso totalmente irrealista, porque não é possível estimular o consumo numa economia que ainda tem uma das taxas de crescimento mais baixas da nossa história e da Europa. Devíamos era estar a acumular capital para tentar lançar um crescimento sólido, num período em que o mundo está em transformação tecnológica brutal. Não é isso que está a ser feito. O crédito bancário está a ser canalizado para o imobiliário e para o consumo mais uma vez. Não há grande crédito bancário para o investimento das empresas e por isso o investimento está a subir, mas ainda está nos mínimos de reposição de capital. Estamos a degradar o stock de capital há muito tempo e isso é muito mau e assustador mesmo, se olharmos para as coisas em perspectiva.