Se alguma vez tentou negociar o seu crédito habitação e não teve a solução pretendida, então este artigo é para si. Se está a passar por uma situação extraordinária que obriga a uma reorganização dos seus créditos, conheça as vantagens e desvantagens de uma carência de capital.
O que é ao certo:
O valor que paga em qualquer prestação de um crédito é composto por duas partes:
PRESTAÇÃO = CAPITAL EM DÍVIDA + JURO
Ao contratualizar uma carência de capital estará a definir que só irá pagar a parte referente aos juros, deixando a parte do capital intocável.
Por exemplo, numa prestação de 300€ de um crédito habitação, poderia estar a pagar:
250€ + 50€
(capital) (juros)
Ou seja, neste caso, com a carência de capital ficaria a pagar uma nova prestação no valor de 50€.
Vantagens da carência de capital:
Se o cliente que solicita uma carência de capital estiver bem ciente que durante o período de mesma (normalmente pode ir de 6 a 36 meses) está apenas a pagar juros e, por conseguinte, não está a diminuir um cêntimo à sua dívida, então perceberá que esta é uma possibilidade de negociação de crédito que deve ser utilizada com um grande sentido de responsabilidade.
Os casos mais típicos de recurso à carência de capital costumam ser situações de desemprego temporário ou em processos de renegociação de restantes dívidas. A lógica será utilizar o tempo em que está com esta poupança resultante da carência (antes pagava 300€ e agora para 50€) para canalizar esse dinheiro na reorganização da vida financeira.
A carência de capital do crédito habitação pode ser um instrumento muito útil para, por exemplo, utilizar essa poupança dos meses de carência para liquidar algum cartão de crédito mais difícil de pagar.
Cuidados a ter:
Como foi explicado acima é importante ter consciência que este tempo de carência pode ser um “marcar-passo” no nível de endividamento. Ou seja, se não existirem alterações à sua vida durante o período da carência, então, quando acabar o mesmo irá confrontar-se com um valor de prestação mais elevado e com as mesmas responsabilidades antes da carência.
Ao fazer uma carência sem alargar o prazo do crédito, estará numa situação pós carência em que terá menos tempo para pagar exatamente o mesmo valor em dívida. Desta forma, a prestação terá de ser mais elevada face àquela que tinha antes da carência.
Ao fazer as contas irá perceber que com disciplina orçamental, o recurso a esta modalidade poderá ajudar a poupar nos juros das prestações dos restantes créditos.