Certamente que já terá ouvido falar do conceito de orçamento familiar, um tema que tem vindo a ser debatido até á exaustão nos vários meios de comunicação ao dispor. No entanto, apesar do debate e dos apelos à construção do orçamento familiar, são muitas as pessoas que ainda desconhecem as suas potencialidades e valências. Na prática, para podermos “apertar o cinto” temos de saber onde gastamos o dinheiro…
O que é o Orçamento Familiar?
O Orçamento Familiar mais não é do que a identificação rigorosa do rendimento da famílias (as entradas de dinheiro) e do destino que a família lhe pretende dar (as despesas).
De notar que falamos em primeiro lugar do Rendimento, na medida em que este é o ponto de partida e a base do Orçamento Familiar. Caso contrário, o risco de endividamento é bastante elevado.
Cada uma das parcelas do orçamento divide-se em duas:
- Rendimento – Fixo e Variável;
- Despesas – Essenciais e Desperdício.
Os dois tipos de Despesas
Gostamos de classificar as duas despesas como sendo as despesas Essenciais à nossa vida e todas as outras. Chamamos a “todas as outras” de desperdício de modo a criar um critério e de chamar a atenção. Estas despesas serão aquelas que teremos de cortar em primeiro lugar para fazer face às despesas essenciais.
Exemplos de Despesas
Nas formações e na intervenção financeira que fizemos ao longo dos últimos dois anos constatamos que as pessoas consideram como:
- Como Essenciais – Renda da Casa, Agua, Luz, Gás, Alimentação, Transporte, Medicamentos e Educação. A estas acrescentamos ainda a poupança, que deverá ser considerada uma prioridade para aumentar a probabilidade de pouparmos;
- Como Desperdício serão consideradas todas as outras. Não são despesas erradas, mas antes despesas de que podemos dispensar para fazer face às despesas essenciais.
Como fazer o Orçamento Familiar
Para fazer o orçamento mensal deverá fazer a recolha exaustiva de todas as despesas que realizou ao longo do mês. A sua ferramenta deverá ser todas as faturas e comprovativos de pagamento. Em alternativa, tem vários tipos de software que lhe facilitam o trabalho (como exemplo as ferramentas de orçamento disponibilizadas por alguns bancos, ao permitir ligar automaticamente determinada transação com o seu fim imediato.
Quais as principais valências do orçamento familiar:
- Identificar a sua situação atual;
- Definir objetivos de poupança;
- Questionar-se e identificar despesas passíveis de eliminação;
- Planear os próximos meses.
Uma última ideia que importa considerar. Na prática, muitas pessoas desistem de fazer o orçamento familiar ao final de umas semanas. Para evitar esta realidade, sugerimos que faça o seu orçamento com grande rigor pelo menos durante um mês. Depois de construído o orçamento, já sabe onde gasta o dinheiro, já definiu objetivos de poupança e já reduziu algumas despesas (através da renegociação ou mesmo corte definitivo da despesa). O trabalho estará facilitado pois, a dada altura, o acompanhamento da sua conta bancária possibilitará fazer o controlo do orçamento e terá mais espaço para aplicar o seu dinheiro de modo a rentabilizá-lo