Poupança Reforma

É possível que as pessoas venham a não ter reformas?

Mota Soares
Written by A Carteira

Talvez faça os seus descontos e tenha esta dúvida. Junte-se aos milhares de pessoas que não sabem se vão ter as suas reformas e veja a resposta de Pedro Mota Soares. Será que vai ter a sua reforma, quando chegar o seu dia?

Equilíbrio entre despesa e receita

No orçamento de Estado como no orçamento familiar, a lógica do equilíbrio entre receitas e despesas é fundamental. Durante muitos anos não respeitámos este equilíbrio e enquanto Estado e enquanto famílias recorremos perigosamente ao endividamento. No caso das reformas, sabemos que são as pessoas no ativo que suportam as despesas de pensões. Logo, existem pressões demográficas e outras que irão causar uma dificuldade que tem de ser resolvida.

Alterações recentes foram relevantes

As alterações realizadas no sistema público de reformas foram muito relevantes, especialmente aquelas que disseram respeito ao fator de sustentabilidade (que procura relacionar a esperança média de vida com a idade de reforma). Na prática, esta alteração tem-se traduzido no aumento da idade da reforma em resposta ao aumento da esperança de vida.

A grande questão – Que reforma vamos ter?

Pedro Mota Soares refere que o importante não é saber se vamos ou não ter reformas mas antes qual a reforma que iremos ter. Fala-nos na sua entrevista da taxa de substituição que é a relação entre o rendimento no ativo e o rendimento enquanto pensionista. Esta taxa de substituição tem vindo a cair e diversos estudos apontam para o acentuar dessa queda. Logo, iremos ter reformas cada vez mais baixas face ao rendimento enquanto ativo, o que causará certamente uma pressão no orçamento familiar.

Em Portugal não valorizamos sistemas alternativos de poupança

Uma das notas de Pedro Mota Soares prende-se com a reduzida importância que é dada a sistemas alternativos de poupança. Focamo-nos muito no sistema público de poupança e outros pilares, como sendo as poupanças das famílias e a poupança dos empregadores têm sido muito penalizados (talvez para isso também tenham contribuído as “nacionalizações” de alguns fundos de pensões empresariais, nota do autor).

O que concluir?

Dos vários excertos da entrevista que realizamos constatamos que a solução proposta passa em grande medida pelo aumento das receitas (via mais contribuições, seja pelo aumento da produtividade e consequente aumento do salário, seja pela criação de benefícios a maiores contribuições) bem como pela procura de maior poupança por parte das famílias. E para isso é fundamental a informação e a transparência.

Sobre o autor

A Carteira

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